De acordo com estudos publicados, a maioria das pessoas em Teletrabalho considera a experiência muito satisfatória.
A flexibilidade e autonomia na gestão das tarefas e do próprio tempo culminam neste sentimento generalizado de satisfação. Ao mesmo tempo ganhou-se em eficiência e empenho. A melhoria em termos de tempo é notória e indiscutível.
Se, por um lado os ganhos de tempo e eficiência são relevantes, por outro, há que ter em atenção o eventual factor de isolamento e a quase ausência do factor relacional, tão importante em todos os contextos.
Na Connecta temos vindo a aferir a percepção junto dos nossos colaboradores nesse sentido. Na sua globalidade, avaliam a experiência do teletrabalho como muito positiva, mantendo esta tendência sempre que possível. Quando questionados sobre os pontos menos positivos, são unânimes em identificar o factor isolamento e a falta de socialização com os colegas e chefias.
O desafio está em criar um equilíbrio saudável entre modelos. Potenciar o conforto e bem-estar, a par de uma maior predisposição para o trabalho, não descurando as relações de proximidade.
Espírito de equipa e coesão de grupo são essenciais em teletrabalho
O teletrabalho acarreta consequências e cabe-nos, enquanto elementos activos das organizações, garantir a coesão do grupo de trabalho, assim como o espírito de pertença, mesmo à distância.
As empresas são uniões de visões, esforços, estratégias e planeamento que visam um fim comum. Esta será uma tranjectória tanto mais sólida quanto mais fortes forem as relações humanas.
Para que o teletrabalho não se torne numa actividade solitária, é essencial manter o foco em aspectos determinantes, como:
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Fomentar a interacção entre os vários elementos de forma regular
Para o bem-estar de todos, é essencial que se mantenham dinâmicas de proximidade e relacionamento entre os elementos da organização. Quer seja através de meetings frequentes, trabalhos em equipa ou troca de informações. A comunicação organizacional é essencial para que se mantenha vivo o espírito de pertença e foco em objectivos comuns.
Mesmo à distância, é fundamental a existência de comunicação fluída e regular de forma a que todos se mantenham a par dos desenvolvimentos da organização.
Reuniões periódicas, previamente planeadas, ajudarão naquilo que se pretende que seja um caminho feito em conjunto, onde todos são importantes.
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Desenvolver novas formas de interacção
A inovação e a criatividade serão fundamentais. Particularmente à distância, manter relações activas e sólidas torna-se o desafio. O espírito de grupo, o sentimento de pertença e a coesão devem ser estimuladas através de novas abordagens e novas forma de comunicação. Embora mais desafiantes, quando alcançadas são capazes de resultar em algo muito positivo.
Conhecer a equipa, no seu todo, partilhar e recolher opiniões e expectativas, aliando uma boa dose de criatividade será sempre o caminho mais acertado para se atingir a verdadeira integração e união de grupo.
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Saber “olhar” para as equipas de forma mais atenta
Quando a distância passou a fazer parte do dia-a-dia das organizações, é fundamental que estas e respectivas administrações tenham a capacidade de se manter ainda mais próximas das suas pessoas. O conhecimento das reais necessidades assim como o acompanhamento de perto não apenas da actividade como das reais dificuldades. A empatia e contacto regular serão a chave para ultrapassar eventuais constrangimentos entre elementos, dirimindo o espírito de isolamento e distância que se poderá apoderar de alguns elementos.
Criar um ambiente de trabalho inclusivo e participativo será a chave para o sucesso, quer estejamos a falar de um contexto de teletrabalho ou trabalho presencial. O saber delegar, com responsabilidade e confiança será fundamental para solidificar um crescimento real. Mais do que supervisores, emerge a figura de coaches.
Criar a dinâmica de equipa, com rotinas regulares fará com que a coesão se solidifique e que todos sintam que participam e contribuem para o atingimento de objectivos comuns.
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Equilíbrio entre o teletrabalho e o interesse colectivo
Ainda que o teletrabalho tenha sido a solução generalizada que permitiu a continuidade da actividade, talvez o modelo híbrido venha a ser o mais adequado. Mesmo com a extraordinária ajuda da tecnologia e das novas ferramentas de comunicação, a ligação social continua a assumir um peso muito relevante e que não deverá ser descorada.
A organização continua a definir-se como um espaço colectivo, de intercâmbio, igualdade de tratamento e partilha de experiências. Não assistimos a uma revolução, mas sim a uma evolução nos modos de colaboração. O teletrabalho tenderá a assumir maior predominância, mas não será a única forma de gestão de trabalho. Até porque não será o que mais se adequará a todas as realidades, organizações e profissões.
O desafio dos novos tempos passará por privilegiar um forte sentimento de inclusão, união e comprometimento num mundo mais digital.
O melhor equilíbrio terá de ser encontrado entre as necessidades individuais, as ferramentas digitais e os interesses colectivos das organizações.