Onshore vs Nearshore vs Offshore – A melhor estratégia de Outsourcing?

Modelos de Outsourcing

Antes de entrar no debate acerca de qual o melhor modelo para externalizar parte ou a totalidade dos serviços de uma empresa, importa esclarecer que, em qualquer dos casos, falamos de vertentes que integram a mesma realidade, ou seja, falamos sempre de modelos de outsourcing. O que difere entre eles é o contexto de localização do parceiro que irá receber essa externalização de serviços.

Externalizam-se serviços (delegando tarefas num executor externo) com o objectivo essencial de reduzir custos e aumentar a eficiência do resultado entregue. O que distingue estes 3 modelos é precisamente a relação entre, por um lado, a maior ou menor redução dos custos e, por outro, o maior ou menor impacto e dificuldade em operacionalizar a acção em si.

O Outsourcing, em geral, procura reduzir custos, beneficiar de mão-de-obra mais qualificada e tornar o resultado final mais rentável e eficiente.

  • outsourcing – O que é o NearShore

O nearshoring implica migrar tarefas para um país próximo, de preferência na mesma região de influência da empresa. Destacamos os benefícios mais evidentes deste modelo:

Pagar menos: a escolha deste modelo passa, normalmente, pela escolha de um país com economias menos desenvolvidas, em que o custo da mão de obra se torna mais apelativo, ainda que isso não implique uma menor qualificação dos recursos. Fazendo um paralelismo com a situação que se tem vindo a intensificar e Portugal, onde o custo do trabalho acaba por se tornar bastante mais competitivo do que na generalidade dos países europeus, mas que simultaneamente corresponde a elevados perfis de competências ao nível dos recursos humanos.

Proximidade geográfica: a opção pelo nearshore simplifica o processo de implementação, na maior parte dos casos, dada a proximidade geográfica, não existirão grandes diferenças culturais ou de idioma. As soluções de Nearshore apresentam oportunidades de expansão de equipas, procurando em países vizinhos. 

Localização conveniente e fuso horário: a proximidade com a localização do prestador externo é sempre importante, não apenas no que diz respeito ao acompanhamento do projecto, numa fase inicial com fomenta um relacionamento saudável e de proximidade. É aí que a localização geográfica da empresa começa a ter importância, pois é realmente inconveniente viajar muitas horas para estar presente em uma reunião de 50 minutos, por exemplo. 

Sem fronteiras culturais:  Ao conduzir os negócios, é importante (embora não totalmente necessário) que ambos os lados compartilhem a mesma cultura. Isso torna-se mais fácil de atingir com o nearshoring pois o prestador provavelmente estará localizado num país próximo.

Expansão da empresa:  o Nearshoring também é frequentemente usado como uma ferramenta de expansão de negócio para novos mercados.

  • outsourcing – O que é o OffShore

Se na realidade anterior, falamos de uma externalização para um país próximo, neste caso, estaremos a falar do cenário oposto. Neste caso, a opção recai num país longínquo na tentativa de poder aumentar ainda mais a redução de custos com a mão de obra contratada. Embora traga outros desafios de gestão, desde logo pela ausência de proximidade entre partes e eventualmente fusos horários e culturas bastante diferenciadas.

  • outsourcing – O que é o OnShore

O Onshore corresponde à externalização de serviços num parceiro de negócio localizado no mesmo país. Claramente uma opção que procura expandir a capacidade de recrutamento de talento “fora de portas”, beneficiando da mesma cultura, hábitos e horários que aliados à proximidade geográfica poderão justificar a escolha embora a redução de custos possa não ser tão expressiva.

De forma resumida, poderemos definir os três modelos de acordo com estas premissas:

Onshoring
  • Não externalizar tarefas para fora do país é positivo para economia nacional;
  • Comunicação mais fácil com o prestador;
  • Procedimento de padronização mais fácil;
  • Sem barreiras culturais ou linguísticas;
  • Controlo facilitado do projecto
Nearshoring
  • Uma redução de custos bastante mais significativa;
  • Capacidade de encontrar novos talentos fora do país;
  • Apesar de alguma distância, geralmente o tempo de viagem entre os dois pontos não excede duas ou três horas;
  • As diferenças culturais e de idioma são mínimas
Offshoring
  • Redução de custos preponderante;
  • Uma oportunidade de procurar os melhores recursos para o projecto;
  • Ideal para externalização de tarefas que não carecem de grande acompanhamento da empresa core.

No momento de escolher, a decisão estará relacionada com o contexto próprio de cada empresa, tendo em conta os pressupostos que conduziram à externalização de processos.

A realidade em Portugal 

Em Portugal, a crescente actividade de nearshoring tem feito crescer significativamente a exportação de serviços para valores que foram já objecto de reconhecimento claro na Central de Balanços do Banco de Portugal.

A atractividade do nosso país enquanto destino privilegiado para o nearshoring é inquestionável. Além de ser hospitaleiro, Portugal tem sol e praia, mas sobretudo segurança, estabilidade política e social, uma localização estratégica, força de trabalho qualificada, qualidade de serviço, custos competitivos, domínio da língua inglesa e, claro, tecnologia.

Portugal aumentou ainda mais a sua vantagem competitiva em período de pandemia. “Fomos rápidos, flexíveis e soubemo-nos adaptar”, como sublinha Fernando Oliveira, CSM Portugal & Spain Cluster.

O sector dos Contact Centers conseguiu, em duas semanas, colocar cerca de 90% dos seus colaboradores em Teletrabalho. Essa é outra das vantagens competitivas do nosso país: provámos ter condições para o teletrabalho, ao contrário de muitos países.

A crescente actividade de nearshoring é uma realidade incontornável no nosso sector. O crescimento do seu volume nos últimos anos é extraordinário.

Transversalmente, as operações eram das mais bem preparadas para lidar com o teletrabalho e confinamento. Há largos anos que geriam equipas à distância. Por este motivo, os processos de transição foram muito exigentes, mas relativamente pacíficos e muito rápidos. Implicaram sobretudo reforçar as soluções preexistentes da gestão à distância.

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